As Tentações e o Reino
Transformar pedras em pão. Saltar do templo. Dobrar os joelhos diante de
Satanás. Qual ameaça real esses atos fariam ao reino? Certamente o Rei podia
perceber que a última tentação era a trama de Satanás. As duas primeiras nem
sequer parecem prejudiciais.
Jesus um dia haveria de multiplicar peixes e pães para alimentar uma
multidão. Acalmar o Mar da Galiléia ou ressuscitar o morto Lázaro não foram
menos sensacionais do que saltar do pináculo do templo. Entretanto, cada uma
dessas tentações era uma tentativa calculada pelo príncipe do mundo para
desencaminhar o reino de Deus logo no início do ministério do Messias.
Essas não foram as primeiras tentações nem seriam as últimas. Jesus deve
ter sido tentado quando crescia na Galiléia; entretanto, resistiu aos dardos
inflamados de Satanás para emergir de Nazaré imaculado. Mais tarde, durante seu
ministério, Satanás recrutou os próprios apóstolos de Jesus para,
conscientemente (João 13:2) e inconscientemente (Mateus 16:23), tentar desviar
o Mestre do seu rumo. Jesus até mesmo combateu e superou suas próprias emoções
no Getsêmani quando enfrentou a morte.
A ocasião dessas provações é de máxima importância. (Mateus 4:1-11). O
Pai tinha acabado de dar aprovação ilimitada ao seu Filho (Mateus 3:17). Se
Deus estava bem satisfeito com seu Filho, este precisava demonstrar-se
agradável ao Pai. Qualquer coisa a menos seria uma miragem de um reino
estabelecido na justiça e mantido pela obediência. A declaração de Jesus de fazer
a vontade do Pai durante seu ministério terreno teria um som oco se Satanás
pudesse indiciá-lo aqui por desobediência. Essas provas também nos dão
discernimento a respeito da resposta que Deus deseja daqueles que estão no seu
reino.
Transformar pedras em pão. Depois de impor-se um jejum de quarenta dias,
Jesus estava faminto, fisicamente enfraquecido. A sugestão de Satanás parecia
bastante inocente: satisfaça sua fome utilizando seu poder miraculoso. Fazendo
isso, contudo, questionava a declaração singular de Jesus: “Se és Filho de
Deus”. A idéia de Satanás de filiação era exercer os privilégios divinos para
satisfação pessoal, com ou sem a aprovação dos céus. Jesus não foi abalado e
citou palavras já ditas por Deus referente à sobrevivência do homem. Ele
raciocinou a partir da revelação de Deus que o pão físico é necessário para
sustentar a vida, mas não revoga a responsabilidade espiritual.
Nossa lealdade ao Rei é provada pelas nossas circunstâncias. Satanás
ataca-nos oferecendo o que queremos ou mesmo o que necessitamos, ao custo de
torcermos a vontade de Deus para se ajustar a nossa. Necessidades legítimas,
como ganhar a vida, obter educação e prover as necessidades de nossas famílias
não podem ultrapassar nosso serviço a Deus. Situações nas quais nossos
interesses pessoais sofrem (“certamente Deus não espera que eu permaneça num
casamento no qual não sou feliz”) não mudam nossa responsabilidade de fazer a
vontade do Pai.
Saltar do templo. A seguir Satanás também usou as Escrituras, e insistiu
com Jesus para que experimentasse a promessa de seu Pai de socorro
providencial. Jesus percebeu a sutileza dele e replicou com outra Escritura
para indicar a citação de Satanás como uma tentativa de pôr Deus à prova. Jesus
confiava em Deus baseado no testemunho escrito de Deus. Sua fé não exigia prova
visível. Ele recusou tentar confirmar o amor de seu Pai colocando-o à prova.
Jesus exemplificou perfeitamente o que é andar pela fé em vez de pelo que se
vê.
É tentador para nós amenizarmos a força dos mandamentos de Deus
presumindo saber seus motivos. É muito melhor aceitar a palavra dele,
harmonizando tudo o que ele revelou sobre um assunto. Um esposo que exija da
esposa amor antes de amá-la, não a ama realmente. Tais “provas” mostram uma
falta de fé em vez de produzi-la.
Curvar-se diante de Satanás. A última tentação de Satanás não tem
nenhuma sutileza. Ele ofereceu a Jesus todos os reinos do mundo em troca da
fidelidade momentânea. Jesus sabia que esses reinos seriam seus, mas ao custo
da cruz e de seu sofrimento. Ele repreendeu a Satanás, citando a palavra do Pai
para adorar e servir somente a Jeová.
Satanás quer que abandonemos nossa cruz e façamos nosso serviço do reino
de forma interesseira, exaltando nossa vontade acima da de Deus. Ele nos tenta
com diversões e passatempos que absorvem nossa vida e fascinam nossas mentes,
lentamente riscando Deus de nossa vida. Ele usa a pressão de nossos amigos,
insistindo-nos a ajustarmos nossa roupa e hábitos ao mundo. Os meios de
comunicação rotulam a moral absoluta de Deus como extrema e intolerante. Todos
os avanços de Satanás precisam ser rejeitados, independente do custo para nós.
Jesus provou seu compromisso para com a vontade do Pai, conhecendo e aplicando
sua Palavra. É um modelo que precisa ser repetido em nossa vida para que Deus
nos governe e para que sejamos verdadeiros cidadãos do reino dos céus.
Amém!!!
Edneide Santana!!!
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