O 4º Poder
Isaías 33.22
-Introdução: Um país democrático é regido por
3 poderes: Judiciário, Legislativo e Executivo1.
Mas existe um quarto poder: a Igreja. Na idade média a igreja exerceu poder
político equivocado deixando seu papel sacerdotal. Desde a separação entre
igreja e estado2, o mundo tem
desprezado o poder da Igreja e esta também tem se esquecido de exercer seu
papel espiritual sobre a sociedade. Todo e qualquer poder só é legítimo quando
reconhece o poder de Deus.
Qual é o quarto poder?
Vamos
analisar cada um dos 3 Poderes e depois sobre o 4º Poder,
concluindo que todos os poderes pertencem a Deus:
1-
JUDICIÁRIO: Isaías 33.22ª “o SENHOR é o nosso
juiz”
O poder
Judiciário é o que julga e faz valer as leis, promovendo a justiça. Age em
todas as instâncias, federal, estadual e regional através das comarcas. Os
juízes, promotores e advogados são os personagens mais comuns no judiciário.
Quando uma causa não satisfaz ao requerente, este pode recorrer a uma instância
superior.
As
injustiças vistas todos os dias têm levantado questionamentos e mostrado como a
justiça humana é falha (Jeremias 17.5).
Por isso recorremos a um Poder Superior (I Samuel
24.15). A Deus pertence a justiça, pois “Deus
é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias” (Salmos 7.11). Todo juiz é passível do próprio
julgamento que faz e está sujeito às leis, podendo ser condenado da mesma forma
(Romanos 2.21). Mas Deus está acima de
tudo isso porque as “suas obras são perfeitas,
porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça;
é justo e reto” (Deuteronômio 32.4).
A justiça Divina é imparcial porque “Deus julgará o
justo e o perverso” (Eclesiastes 3.17).
Sabemos
que “que a justiça de Deus se revela no evangelho”
(Romanos 1.17). Diante das injustiças
deste mundo, confie que “não fará justiça o Juiz de
toda a terra?” (Gênesis 18.25).
Nunca tente fazer justiça com as próprias mãos (Hebreus
10.30), nem confie na justiça humana, embora deva exigir seus
direitos legais. O mais importante é confiar que Deus fará justiça “porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que
retribuirei, diz o Senhor” (Romanos
12.19). No último dia Deus fará um grande julgamento onde toda a
verdade será revelada (Apocalipse 20.12).
Se justiça humana falhar, Deus não falha.
Confie na
Justiça de Deus!
2-
LEGISLATIVO: Isaías 33.22b “o SENHOR é o nosso
legislador”
O poder
Legislativo é responsável por formular as leis e fiscalizar o seu cumprimento.
Os vereadores, deputados estaduais e federais, bem como o senado, são os
representantes do legislativo. Os temas discutidos e aprovados pelos
legisladores determinam as leis do país.
Muitas
leis são aprovadas com base na opinião popular. Contudo, não podemos esquecer
que Deus é o supremo Legislador (Tiago 4.12)
e que a Sua vontade deve ser considerada para “observai
os meus estatutos, guardai os meus juízos e cumpri-os; assim, habitareis
seguros na terra” (Levítico 25.18).
As primeiras leis foram criadas por Deus e até as normas da natureza foram
estabelecidas por Ele (Gênesis 1.16-18).
Quando o homem muda as leis de Deus cria desordem e caos.
A Palavra
de Deus declara “Ai dos que decretam leis injustas,
dos que escrevem leis de opressão” (Isaías
10.1). Leis justas defendem os direitos dos oprimidos e evitando que
venham legislar em causa própria (Salmos 94.20).
As leis devem ser imparciais para todo o povo (Levítico
24.22), pois “dois pesos e duas medidas,
uns e outras são abomináveis ao SENHOR” (Provérbios
20.10).
Somente a
“lei do Senhor é perfeita” (Salmos 19.7) e toda lei humana é passível de
erro. Precisamos ter a Palavra de Deus como princípio ético e moral para a
sociedade (Isaías 8.20). Por isso a
Igreja deve influenciar nas leis fazendo valer seus direitos como cidadãos (Isaías 8.12,13). A inversão de valores tem
prejudicado as famílias, mas “ai dos que ao mal
chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade;
põem o amargo por doce e o doce, por amargo” (Isaías 5.20). A Palavra de Deus é imutável, por
isso deve servir de baliza para as leis humanas.
As leis
de Deus são eternas!
3-
EXECUTIVO: Isaías 33.22c “o SENHOR é o nosso
Rei”
O poder
executivo tem a tarefa de fazer cumprir as leis. Os prefeitos, governadores e
principalmente o presidente da república, são os representantes do poder
executivo nos níveis municipal, estadual e federal. Dentre os outros dois
poderes, este é um dos mais visados pelo povo, porque tem a função
administrativa de fazer chegar à população os seus direitos.
Quando
lemos na Bíblia sobre reino e reis, podemos entender o que é para
nós hoje a república “pois do SENHOR é o reino, é
ele quem governa as nações” (Salmos
22.28). No tempo antigo as nações eram governadas por reis em um
regime de dinastia que passava de pais para filhos. Muitos reinos eram
conquistados por meio de guerras. Embora ainda existam países com regime
monárquico, sua monarquia geralmente não é absoluta como antes, dependendo
também de parlamentares e outras instâncias governamentais (Daniel 3.2,3 e 6.7). Hoje podemos eleger os
nossos governantes e influenciar diretamente nas suas decisões.
Nossos
governantes precisam temer a Deus porque “se o
governador dá atenção a palavras mentirosas, virão a ser perversos todos os
seus servos” (Provérbios 29.12).
Se um governante comete um erro, muitas pessoas são prejudicadas (Eclesiastes 10.5). A Igreja deve ajudar a
sociedade e “lembra-lhes que se sujeitem aos que
governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra”
(Tito 3.1). Antes das eleições é o
momento certo de definir quem vão ser os nossos representantes, depois não
adianta se rebelar e reclamar como pessoas que “também
rejeitam governo e difamam autoridades superiores” (Judas 1.8). O povo de Deus deve ser o primeiro a
dar exemplo de obedecer às leis e fazer o que é certo. Reconhecemos que “Deus é o Rei de toda a terra” (Salmos 47.2 e 7), mas devemos obedecer às nossas
autoridades instituídas por Deus através de nós (I
Pedro 2.13-17).
Deus é o
Rei de toda a terra!
4-
ECLESIÁSTICO: Isaías 33.22d “ele nos salvará”
O quarto
poder pertence à Igreja de Cristo. O poder eclesiástico exerce a função de
levar a salvação para todas as pessoas. Este poder é espiritual e não apenas
humano. Apenas exercemos este poder sob a direção e mandato Divino.
O mesmo
poder que Deus deu ao homem para “dominai sobre os
peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela
terra” (Gênesis 1.28), mas
que com o pecado, a humanidade cedeu esta autoridade ao diabo (Lucas 4.6), Deus requer novamente para si
novamente através de Jesus (I Coríntios 15.24),
que por sua vez nos cedeu “autoridade para pisardes
serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente,
vos causará dano” (Lucas 19.10).
O poder do diabo sobre o mundo foi destituído por Cristo (I João 3.8). Então através de Jesus o homem volta
a ter poder sobre a terra, porque “os céus são os
céus do SENHOR, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” (Salmos 115.16).
A
separação da Igreja e estado garantiu a liberdade religiosa para todos. A
Igreja deve aproveitar esta oportunidade para exercer seu papel evangelístico.
Infelizmente a secularização tem avançado sobre a Igreja tentando que esta
deixe de influenciar a sociedade positivamente. Não podemos nos aproveitar
disso para usufruir de influências políticas. A Igreja deve exercer o poder de
Deus sobre o mundo e não o poder do mundo sobre a igreja. Usar de artifícios
políticos através da igreja, ou usar a igreja para alcançar postos políticos é
um grave engano que as lideranças eclesiásticas precisam evitar. Mesmo assim,
podemos ter representantes da igreja em todos os setores da sociedade como grandes
líderes da Bíblia que exerceram funções políticas em outras nações, por
exemplo, Daniel, Neemias e Ester.
Não
podemos esquecer que somos os “eleitos de Deus”
(Romanos 8.33). Como servos do Senhor, “somos embaixadores em nome de Cristo” (II Coríntios 5.20). Jesus nos deu até mesmo “poder e autoridade sobre todos os demônios, e para
efetuarem curas” (Lucas 9.1).
Não podemos esquecer que todo poder pertence a Cristo (Efésios 1.21) e que somente em seu nome temos
autoridade (Atos 4.12). Jesus nos chamou
para ser “sal e luz” deste mundo (Mateus 5.14). Devemos usar nossa autoridade
espiritual para abençoar nossa terra, pois Deus “nos
fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2.6) e temos livre acesso ao maior de
todos os poderes que pode transformar todas as coisas.
A Igreja
tem poder espiritual sobre a terra!
Todo poder pertence a Deus!
-CONCLUSÃO:
Mateus
28.18 “Jesus,
aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra”.
Acima de
tudo não podemos esquecer “que o poder pertence a
Deus” (Salmos 62.11). Não
podemos desprezar as autoridades “porque não há
autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele
instituídas” (Romanos 13.1).
Por isso precisamos entender o papel de cada poder e assumir a nossa parte,
além de render a Deus o que lhe é devido (Lucas
20.25).
O 4º
Poder confere ao povo de Deus a autoridade espiritual para ligar na terra o
que Deus tem ligado no céu (Mateus 16.19).
Através de Cristo, podemos entrar na presença do Rei dos reis em seu trono de
graça (Hebreus 10.20). Com isso, o Corpo
de Cristo, que é a Igreja (I Coríntios 12.27),
deve estar presente nos outros três poderes, para criar leis justas, executar a
justiça e julgar corretamente, levando a presença e a vontade de Deus em cada
área da sociedade.
As
maiores decisões não são tomadas nos palácios ou tribunais e sim nos quartos
fechados onde há alguém em oração diante de Deus (Mateus
6.6).
IGREJA:
exerça seu papel na sociedade!
(ESTUDO BÍBLICO NA ESCOLA DOMINICAL)
EDNEIDE SANTANA!!
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