[Mulheres da Bíblia] “Rute
– Uma História de Providência, Graça e Vida Eterna.”
A história de Rute é uma das mais amadas da bíblia. O povo acha “Orgulho
e Preconceito” o máximo porque não conhece Rute! Tudo bem, mas Rute e Boaz vão além de ser uma
história de amor; é uma história de Providência, de Graça, de Vida Eterna. Essa
sim é de chorar e cair de joelhos! Em um livro curto e fácil de ler,
encontramos a bela história de uma mulher moabita indo morar na terra
prometida, abraçando o Deus verdadeiro e encontrando redenção.
Rute nasceu em
família pagã; sua criação não envolveu aprender a lei de Deus, não tinha
referência às promessas divinas de redenção. Nunca foi ensinada sobre
verdadeira adoração, sobre viver piedosamente, sobre as promessas do Messias.
Apesar disso ela provavelmente sabia algo sobre os Israelitas, povo vizinho.
Talvez tenha ouvido notícias de que havia uma fome em Belém de Judá; que
ironia, na cidade chamada Casa de Pão estava faltando pão…
Um dia chega uma
família de hebreus vindo morar em Moabe. Elimeleque, nome de gente importante,
com sua esposa Noemi e seus dois filhos Malom, e Quiliom. E não é que estes
hebreus logo se interessam por moças de Moabe? Rute se casa com um deles e
aprende coisas sobre o Deus dos hebreus, Iavé que os tirou da escravidão no
distante Egito.
Eventualmente
morrem todos os homens, ficando apenas a sogra Noemi com ela e sua concunhada
Orfa. Noemi decide que vai voltar para tentar a vida em Belém; estavam chegando
notícias de que Iavé se lembrara de seu povo. Noemi não tinha mais nada a fazer
em Moabe e decide como uma filha pródiga retornar à casa do Pai.
Noemi insistiu,
instou, argumentou; não teria porque as moças irem com ela. Noemi não tinha
mais filhos para se casarem com elas… E mesmo que Noemi tivesse filhos, iriam
Orfa e Rute esperar até eles crescerem? O que Noemi não falou é tão pesado
quanto o que ela disse; estava implícito algo difícil de explicar: nenhum
hebreu fiel a Iavé cometeria o erro de Malom e Quiliom de se casarem com moças
pagãs. Noemi sugere que o melhor para elas seria ficar. Orfa escolhe o caminho
fácil e mais garantido, se despede de Noemi e da história. Rute decide que vai.
Mesmo que isso signifique não casar; mesmo que isso resulte em não mais voltar
a Moabe, mesmo que isso implique em deixar sua família e amigos e casa. Pois
ela aprendeu algo vital; ela aprendeu sobre Iavé, o Deus verdadeiro que resgata
seu povo de seus pecados. Rute faz um pacto com Noemi de que se agarraria a
ela. Numa das mais famosas passagens do AT ela jura: “não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te,
porque, aonde quer que fores irei eu e, aonde quer que pousares ali pousarei
eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres,
morrerei eu e aí serei sepultada…” Rute 1:16
A fidelidade de
Rute para com Noemi é bela, mas ela é acima de tudo fidelidade para com o Deus
de Noemi. Rute não está simplesmente dizendo vou ficar contigo e cuidar de você
até morreres; mesmo depois da morte de Noemi ela irá ficar com seu novo povo,
ela irá habitar entre os hebreus, ela irá ser um deles pois agora ela conheceu
esse novo Deus. É uma mudança de fidelidade do coração.
Rute chega em Belém
e não quer saber de moleza; não fica reclamando da vida (como Noemi) ou se
dizendo amarga e incapaz (como Noemi, de novo). Ela vai em frente, encara a
colheita, trabalha de sol a sol, faz o que é necessário para o bem de sua
família. A mulher piedosa não faz como Noemi,
encostando-se na sua amargura e esperando que algo aconteça; a mulher piedosa
como Rute age dentro dos parâmetros da lei de Deus e segue em confiança na sua
providência. Rute não tem muitas alternativas, mas ela pode colher
espigas segundo a lei, e é o que ela faz, tornando frutífero o tempo e
oportunidades que ela tem. A mulher piedosa não fica agindo como se a vida lhe
devesse, como se Boaz lhe devesse, como se Deus lhe devesse; a mulher piedosa
não fica apontando o dedo em riste para Deus dizendo “Eu deixei minha família e
minha terra por ti e por Noemi, porque é que não me abençoas e tenho que ficar
colhendo espigas?”. Não, ela sabe que é melhor colher espigas nos campos de
Iavé do que se fartar nos campos de Moabe.
Na providência do
Senhor, Rute eventualmente conhece um homem chamado Boaz, homem bom e piedoso
que ama a Iavé e conhece sua Lei. Boaz a trata tão bem que ela se surpreende;
como é que uma estrangeira pode ser tão bem tratada? Noemi percebe a
oportunidade de ao mesmo tempo conseguir um marido para Rute e recuperar as
terras de seu marido falecido.
Rute segue os
conselhos de Noemi e escuta a orientação piedosa e sábia de Boaz; ela não tenta
usufruir da situação, seduzir o homem, armar esquemas, fazer conchavos. Ela
confia no Senhor e segue trabalhando, entendendo que cabe a ela fazer o que
está a seu alcance e deixar que Deus cumpra o Seu plano.
Rute tem coragem de
deixar claro para Boaz quais são suas intenções; ela não usa meias palavras,
ela não usa de falsas estratégias; seu sim é sim, e seu não é não: “Sou Rute tua serva, estende a tua capa sobre tua serva, porque tu
és resgatador”.
É importante
entendermos melhor essa idéia do resgatador; Boaz era alguém que estava numa
posição de cuidar de Noemi e de Rute, resgatando as terras que eram de
Elimeleque. Isso envolveria nesse caso uma união matrimonial com Rute, trazendo
descendentes para esta casa. Um outro homem ficou interessado na possibilidade
até ficar sabendo que ia ter de casar com Rute; não gostou da idéia de ter de
dividir suas posses com outra família nem de elevar o nome do morto. Passou a
vez. Boaz estava menos preocupado com seu nome do que em fazer o bem e se
interessou verdadeiramente por aquela mulher piedosa, trabalhadora, fiel e
transparente.
O final da história
é de encher o coração; Rute a moabita é agora parte do povo de Deus. Ela que
nascera sem esperança humana de conhecer o Deus verdadeiro, por meio da
maravilhosa teia da providência divina casou-se com um homem que a levou a
conhecer Iavé. E o final do livro reserva surpresas! Rute se torna ancestral do
próprio Rei Davi!
Aliás, o livro é
colocado precisamente entre Juízes e 1 Samuel; um indicador de sua posição
histórica; é o livro de conexão entre o complicado período dos Juízes e o tempo
dos reis. E Rute é parte dessa conexão. Se isso já não fosse o suficiente, o
evangelho de Mateus (1:5) mostra que Rute foi ancestral do próprio salvador, o
Senhor Jesus Cristo!
Não importa a sua
origem; o importante é a quem você está unida. Não importa se vens do
paganismo, se nunca te ensinaram o evangelho quando criança – o importante é
que se agarre ao seu resgatador Jesus Cristo que te faz parte da família de
Deus. Faltava pão na casa de Pão
(Belém), e Deus usou a estrangeira Rute para trazer a cabo o nascimento,
naquela mesma cidade, do Pão da vida.
EDNEIDE SANTANA!!
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