Há um Milagre em Sua Casa
Texto Áureo: II Rs. 4.4 – Leitura Bíblica: II Rs. 4.1-7
INTRODUÇÃO
Em continuidade ao estudo de Elias e Eliseu, trataremos, a respeito da
história de um milagre. Inicialmente definiremos biblicamente o que é um
milagre, em seguida, abordaremos o texto bíblico alusivo à lição, sobre a
multiplicação do azeite da viúva, e ao final, mostraremos que o Deus da Bíblia
ainda é o mesmo e que realiza milagres, sempre de acordo com Seus propósitos
soberanos.
1. MILAGRE, DEFINIÇÕES BÍBLICAS
Existem várias palavras bíblicas para milagre, geralmente atreladas ao
conceito de sinal. O termo hebraico mais recorrente é ot, com o sentido de
sinal ou milagre, ressaltando uma marca distintiva ou visível de uma
manifestação divina. É digno de destaque que essa palavra se encontra em Gn.
1.14, fazendo referência à ordem criada por Deus. Por conseguinte,
compreendemos que a própria natureza é um milagre de Deus, o sol e a lua são
exemplos dessa verdade. Em geral, ot diz respeito a um milagre ou sinal
proveniente do próprio Deus. O arco-íris, que apareceu no céu, após o dilúvio,
é um sinal de Deus (Gn. 9.12). O dia de descanso também é um sinal de Deus a
fim de preservar o bem estar do Seu povo (Ex. 31.13). Mas a ocorrência mais
comum de ot é de um milagre, uma revelação ou atuação divina. As pragas com o
objetivo de julgar a terra do Egito e libertar o povo de Israel da escravidão
tratou-se de um milagre ou sinal de Yahweh (Ex. 7.3; 8.23). O mesmo pode ser
dito a respeito da visitação do anjo da morte (Ex. 12.13) que deu origem à
Páscoa. O nascimento predito do servo sofredor, de uma virgem, seria um milagre
(Is. 7.11,14). A travessia do Jordão pelo povo de Israel foi que resultou na
construção de um memorial (Js. 4.6). A palavra hebraica mophet é sinônima de ot
e significa tanto sinal quanto milagre e maravilha. O Senhor é o sujeito dos
milagres, é Ele quem os realiza (Dt. 13.1; 28.46; I Rs. 13.3; Sl. 105.5). Outra
palavra hebraica para milagre é pala, que se refere aos feitos extraordinários
de Deus, tais como os realizados no Egito (Ex. 3.20) e prometidos ao povo de
Israel quando esse adentrasse à terra prometida (Js. 3.5). No Novo Testamento a
palavra para sinal é semeion, equivalente à hebraica ot. Os judeus dos tempos
de Jesus queriam ver sinais, isto é, milagres (Jo. 2.18; 6.30), especialmente
os fariseus (Mt. 12.38; 16.1; Mc. 8.11; Lc. 11.16, 29). Jesus realizou muitos
milagres, mesmo assim os religiosos da sua época não acreditaram nEle. Isso
porque os milagres somente podem ser recebidos pelos olhos da fé, o homem
racional tenderá a negá-los, além disso, há pessoas que ficam dependentes deles (Jo.
2.11,23; 3.2; 4.48, 54; 6.2,14,26,30; 7.31; 11.47; At. 2.22). Os apóstolos
também realizaram muitos milagres, como testemunho (At. 1.8) da autoridade
divina a eles conferida (At. 2.34; 4.16; 5.12; 6.8).
2. A HISTÓRIA DE UM MILAGRE DOMICILIAR
Em II R. 4.1-7 nos deparamos com a história de uma mulher que era esposa
de um dos discípulos dos profetas. A morte do seu marido, que havia sido servo
de Eliseu, deixou aquela família em situação precária. Muitas dívidas assolavam
aquela casa, isso porque um dos credores havia ameaçado vender os dois filhas
da mulher como escravos a fim de que a dívida fosse saldada, algo legitimado
pela lei (Ex. 21.7; Lv. 25.39; Ne. 5.5; Is. 50.1; Jr. 34.8-11). Diante daquela
situação angustiante, a mulher apelou ao profeta Eliseu, a fim de que esse
encontrasse uma solução. Eliseu quis saber o que aquela mulher tinha em casa (I
Rs. 4.2). Ela respondeu que nada tinha de valor, a não ser uma botija de
azeite. É assim que Deus trabalha, muitas vezes dispomos de tão pouco, mesmo
assim Ele não despreza o que temos para oferecer. A multiplicação do azeite
aconteceria em seguida, mas a mulher deveria tomar vasilhas emprestadas na
vizinhança. Ela somente pode fazê-lo porque desfrutava de bom relacionamento
com os vizinhos. Há crentes que não poderiam fazer o mesmo, pois lhes falta um
convívio respeitoso com a vizinhança. O profeta Eliseu dá uma instrução
específica: a mulher deveria entrar e fechar a porta, a fim de testemunharem o
grandioso milagre de Deus. Enquanto havia vasilha a multiplicação do azeite não
parou, a provisão de Deus é suficiente, evita desperdícios (Mt. 4.13-21). O
milagre de Deus não é para a ostentação, algumas pessoas, inclusive nas igrejas
evangélicas, que por amarem o dinheiro, se desviam da fé (I Tm. 6.10). A
situação da viúva foi resolvida porque Deus entrou em ação através do profeta
Eliseu. Mas ela precisou fazer a sua parte, comercializando o azeite multiplicado
(II Rs. 4.7). Quantas pessoas que não tomam iniciativa na vida, querem tudo sem
fazer o menor esforço, essa não é uma prática cristã. Não podemos esquecer que
o trabalho é uma ordenança divina, e que este dignifica o homem, principalmente
quando este ajuda aos outros (I Ts. 4.10-12; II Ts. 3.10-12; Ef. 4.28).
3. DEUS AINDA REALIZA MILAGRES
Deus continua realizando milagres hoje, isso porque Jesus Cristo é mesmo
ontem, hoje e eternamente (Hb. 13.8). Infelizmente algumas igrejas
pseudopentecostais estão transformando milagres em negócios. Elas não pregam a
salvação em Jesus Cristo, deixam de atentar para o fato bíblico de que os
milagres são sinais, portanto, devem apontar para o caráter salvífico de Cristo
(Mc. 16.15,16). Mas porque elas fazem uso indevido dos milagres, nós, os
pentecostais, não devemos desconsiderar essa importante doutrina bíblica. A fé
é condição necessária para a realização de milagres, todos os que se aproximam
de Deus precisam tê-la, sem esta é impossível agradá-LO (Hb. 11.1,6). Nos
tempos de Jesus muitos foram curados porque creram no poder de Deus (Mt.
9.28,29), mas outros não receberam o milagre porque descreram (Mt. 14.30,31).
Não podemos deixar de atentar para a orientação bíblica de que os milagres têm
um propósito, e este é o de glorificar a Deus e não aos homens (Jo. 11.4).
Muitas igrejas evangélicas, se é que assim podem ser denominadas, estão
explorando comercialmente os milagres. Elas não testificam da mensagem da
salvação, muito menos da santificação, seus motivos são egoístas (Jo. 6.26). Os
milagres, desde o Antigo Testamento, tinham como propósito revelar a veracidade
da mensagem divina (Ex. 4.1-17). Uma igreja genuinamente cristã, e
verdadeiramente pentecostal, defende a atualidade dos milagres nos dias de hoje
(I Co. 12.8-10). Ela ensina também o evangelho em sua totalidade, incluindo a
doutrina da salvação e da santificação (II Tm. 3.16).
CONCLUSÃO
Através do profeta Elias Deus realizou um milagre na casa da viúva, ela
tinha muito pouco, apenas uma botija de azeite. Nos dias atuais Deus continua
realizando milagres, eles servem para mostrar a veracidade da mensagem
evangélica. Toda igreja genuinamente pentecostal estimula a fé dos seus
membros. Ela não despreza a atualidade dos milagres, principalmente dos dons espirituais. A ênfase, no entanto, está na salvação dos
perdidos, e no crescimento espiritual em santificação, sem a qual ninguém verá
o Senhor (Hb. 12.14).
EDNEIDE SANTANA!!
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