Porque Deus Criou o Homem?
A primeira parte do livro do
Gênesis – Bereishit – é
provavelmente a mais desafiadora e difícil de entender.
Seus versos descrevem o desenrolar da criação de um universo permeado por mistérios.
E ainda, embora a sua linguagem seja difícil, percebemos que estas palavras contém a chave para entendermos a fundação de toda a existência.
Talvez o maior mistério de todos, a pergunta que tem ocupado a mente humana e sua imaginação desde os tempos remotos, encontrada no princípio da sociedade humana, é sem dúvida o tema que abordamos neste estudo:
Seus versos descrevem o desenrolar da criação de um universo permeado por mistérios.
E ainda, embora a sua linguagem seja difícil, percebemos que estas palavras contém a chave para entendermos a fundação de toda a existência.
Talvez o maior mistério de todos, a pergunta que tem ocupado a mente humana e sua imaginação desde os tempos remotos, encontrada no princípio da sociedade humana, é sem dúvida o tema que abordamos neste estudo:
Qual o propósito da nossa
existência? Porque Deus criou o homem?
Esse é o dilema que vem
perseguindo o homem desde o dia da sua criação. E a Torá fala muito brevemente
sobre esse assunto, e sua curta afirmação pode passar facilmente despercebida.
“E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar
e o guardar.” Gênesis 2:15
Esta afirmação não é tão
excitante quanto poder conversar com uma serpente falante, e nem tão atraente
quanto a visão do fruto proibido, ainda assim carrega o sentido de todas as
ações humanas, com apenas duas simples palavras: Lavrar (trabalhar) e guardar.
O Propósito da Criação do Homem
Enquanto que o texto continua sua
narrativa, mais mandamentos são acrescentados para estabelecer os parâmetros
deste mandato e dar à humanidade as ferramentas para poder realizá-lo. E de
fato, o próximo verso de Gênesis contém uma linguagem que pode ser considerada
como um mandamento:
“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do Jardim
comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, Dela não
comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis
2:16-17
Os subsequentes livros da Torá vão
acrescentar mais e mais mandamentos, alguns para toda a humanidade, outros
direcionados especificamente aos filhos de Israel, porém todos eles, de uma
forma ou de outra, dizem respeito a estas duas categorias primordiais: Trabalhar e Guardar.
Considerando esta dinâmica, vemos
que trabalhar implica em
movimento, expansão. Já guardar
implica na criação de limites e fronteiras. Estas duas ações não são mutuamente
excludentes, muito pelo contrário, elas são como dois lados de uma mesma moeda,
agindo juntas, são dois opostos que equilibram um ao outro.
Lavrar e Guardar - o Propósito da
Nossa Criação.
Trabalhar a Terra
A ideia de trabalhar hoje em dia
é talvez um tanto ligada a sacrifício, cansaço e labor. Mas não era esse o
sentido da palavra que o Gênesis quer nos trazer. O texto bíblico é muito vivo
em si mesmo, e por diversas ocasiões nos convida a participar da história que
conta, a preencher os vazios deixados.
E esta passagem é mais uma
destas, convidativa à participação direta do ser humano. Isto é notável pela
forma como a Torá nos fala do término da criação de todas as coisas:
“Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados.” Gênesis
2:1
Este verso do Gênesis traz essa
declaração da finalização do que poderia ser entendido como a primeira fase da
criação. Sim, esta é a primeira fase, pois há uma segunda fase em que Deus
constituí o homem como seu parceiro nesta obra criadora:
“Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia
em que o Senhor Deus fez a terra e os céus, E toda a planta do campo que ainda
não estava na terra, e toda a erva do campo que ainda não brotava;
porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra” Gênesis 2:4-5
porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra” Gênesis 2:4-5
Aqui fica claro sobre o que o
Gênesis 2:1 falava, o término da parte divina na criação. A parte final do
verso 5 é a mais relevante para o nosso entendimento, pois o início daquele
mesmo verso diz que “toda a planta do
campo que ainda não estava na terra, e toda a erva do campo que ainda não
brotava”, e aponta como um dos motivos a falta do homem, pois “não havia homem para lavrar a terra”.
E é daí por diante que entra a
nossa parte, a nossa contribuição como parceiros, amigos de Deus na tarefa de
cuidar da criação.
“E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar
e o guardar.” Gênesis 2:15
Nós somos convidados por Deus a
expandir as obras de suas mãos. Ele nos quer como parceiros na administração de
sua herança. O lavrar a terra traz a mensagem implícita de que não houve um
ponto final na história da criação, ainda há muito por fazer para expandir a
obra de Deus, e Ele nos confiou esta boa tarefa.
O mundo pode parecer um lugar
mau, mas não era assim no princípio quando Deus o criou. O mundo será mau, se
nós formos maus, se não formos bons no propósito para o qual fomos criados
Lavrar a
terra indica o movimento, as ações que temos que tomar
para cultivarmos o mundo e dele colhermos aquilo que o Criador desejou no
princípio.
A terra já está preparada, falta
somente que comecemos a trabalhar – criar relacionamentos saudáveis, formar
famílias, crescer em conhecimento e na transformação de si mesmos e buscar a
felicidade, o amor ao próximo, a caridade e todas as boas obras que Deus deixou
para que andássemos por elas.
“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que
eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas
para a ceifa.” João 4:35
Guardar a Terra
E tudo isso sem esquecermos de
guardar a terra, respeitar os limites, as fronteiras criadas por Deus. Guardar
é observar a mensagem moral de Sua lei. A lei moral de Deus é o nosso
parâmetro. Quando desenvolvemos a nossa vida em amor, expandimos a criação, a
parte que o Criador deixou para que fizéssemos, lavramos a terra.
E quando observamos os
mandamentos divinos nos colocamos em posição de guardar a criação. Enquanto que
a desobediência a Deus é a causa do mal e da morte, a guarda de seus mandamentos
nos conduz à vida e à felicidade.
Assim nos tornamos aptos a colher
os frutos bons, principalmente os frutos do Espírito, alcançamos o propósito
para o qual fomos criados, andar pelas boas obras, que de antemão foram
preparadas para nós.
“Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o
que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos
de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.”
Gálatas 6:8-9
EDNEIDE SANTANA!!
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