domingo, 26 de outubro de 2014

JACÓ LUTA COM DEUS E TRANSPÕE O VAU DO JABOQUE.



Jacó Luta com Deus e transpõe o Vau do Jaboque (Gênesis 32:22-32)
A luta do patriarca Jacó com o Anjo do Senhor ocorreu na região do vau (local em um rio, cuja profundidade permite a passagem a pé) do rio Jaboque.
A nascente do rio Jaboque está localizada ao sul de Gileade, região montanhosa que atualmente faz parte da Jordânia.
O Jaboque é um afluente do rio Jordão e desemboca neste, entre o mar da Galiléia e o mar Morto. Seu curso tem aproximadamente 130 quilômetros.
E o texto do livro de Gênesis 32:22-30, relata a luta dramática de Jacó com o Anjo, que levaria ao surgimento do povo de Israel, bem como ao aparecimento do Messias e sua consequente obra salvadora que alcançou toda a humanidade.
Por toda a história da vida de Jacó, ele escolheu contar e confiar na benção de Deus. Em resumo, tudo que lhe acontece, de uma forma ou de outra tem ligações com o desejo de receber uma bênção, a benção do Senhor.
Mas a luta de Jacó com o Anjo do Senhor é sintomática. Esta luta foi o ápice das consequências das ações que Jacó tinha praticado. E vemos nesta história, a mão de Deus, agindo com graça e misericórdia na vida de um homem pecador; mas que o Pai havia separado para transformá-lo e fazer dele uma benção, que chegaria até nós.
Jacó Luta por Sua Benção
Jacó quis por si mesmo alcançar a benção de Deus, trapaceando e roubando a benção do seu pai Isaque, que era destinada a seu irmão Esaú. E Jacó pagou um preço muito alto por aquela atitude. Jurado de morte, para após o falecimento de seu pai, teve que fugir do alcance de Esaú, se refugiando na parentela de seu tio Labão.
Jacó ficou ao todo cerca de vinte anos longe de sua terra e de sua família. E a dor de estar isolado em uma terra estranha a mais de oitocentos quilômetros de distância de Berseba, sabendo que não poderia voltar tão cedo para o seu lar, certamente trazia angústia ao seu coração.
O Rio Jaboque nas Montanhas de Gileade, Atualmente a Jordânia.
E o "enganador", passou a ser enganado por Labão. Primeiro no casamento de suas filhas Raquel e Lia. Depois na divisão das ovelhas que nasciam ora malhadas, ora lisas. Labão mudou o seu salário dez vezes. E Havia disputas e conflitos entre suas mulheres e conflitos com o irmão de sua mãe pela divisão dos animais.
De forma que a discórdia, a trapaça e o "jeitinho" não se afastavam da casa de Jacó. Jacó sofreu.
Depois de tanto tempo longe de casa, talvez Jacó já nem mais esperasse herdar a terra que Deus havia prometido a Abraão. E passou anos sendo explorado por Labão, até o dia em que Deus deu um basta, e o chamou de volta à terra de canaã.
Mas mesmo após tanto tempo, mesmo depois de duas décadas, a sombra da ira de seu irmão o perseguia. Logo Esaú é informado do seu retorno à terra prometida, e Jacó teme por sua vida e pela vida de seus filhos.
Se Jacó soubesse o quanto aquela benção lhe custaria, talvez pensasse duas vezes antes de enganar seu pai e seu irmão. E agora novamente estava na iminência de mais um conflito em sua vida. Mas desta vez poderia ser grave. Esaú era poderoso na sua terra, poderia dizimar não só ele, como também a sua família.
Jacó Passa o Vau do Jaboque com Sua Família
E na tentativa de proteger seus filhos e esposas da ira de Esaú, Jacó os divide em dois grupos e, apressadamente de noite, os faz atravessar o vau do Jaboque. Ele porém ficou só. Certamente para orar, Jacó se preparava para conversar com Deus.
E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas mulheres, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque. Gênesis 32:22
E tomou-os e fê-los passar o ribeiro; e fez passar tudo o que tinha. Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um homem, até que a alva subiu. Gênesis 32:23-24
Jacó possuía inúmeros servos e servas, muitos trabalhadores fiéis que ele poderia ter utilizado em uma guerra com seu irmão Esaú.
Mas diferentemente de quando era mais jovem, quando tentou ele mesmo resolver situações que estavam além de suas forças, agora as circunstâncias da vida, as dificuldades que havia passado o ensinaram a crer e confiar na providência divina.
Jacó Luta com o Anjo no Vau do Jaboque
E quando Jacó no íntimo do seu coração se dispõe a orar, a renunciar ao conflito e ao seu "Eu" para depender somente de Deus, o próprio Senhor, em uma teofania, vem ao encontro de Jacó para transformá-lo em Israel.
Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um homem, até que a alva subiu. Gênesis 32:24
E vendo este que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. Gênesis 32:25
E na sua luta com o Anjo, as palavras de Jacó: "não te deixarei ir, se não me abençoares", eram de imensa profundidade. Traziam em si o significado de toda a sua história.
Era como se Jacó dissesse: "Eu preciso da tua benção, pois aquela benção que eu roubei, quando eu tentei ser abençoado por meus próprios meios, quando eu tentei dar uma "ajudinha" a Deus, aquela "benção" tem me custado muito caro."
E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se não me abençoares. Gênesis 32:26
Jacó Lutando com o Anjo: "Não Te Deixarei Ir Se Não Me Abençoares".
A luta de Jacó com o Anjo não falava da sua capacidade, antes confessava a sua incapacidade de trazer sobre si mesmo a benção de Deus. Porém, se existia uma sinceridade no coração de Jacó, era que ele queria ser abençoado. E ele reconhecia que esta benção só poderia vir de Deus.
E ele vem à luta com o Anjo do Senhor, com este pedido, com muita sinceridade, e com esta certeza de que o Senhor poderia abençoá-lo.
Jacó não desistiu, lutou com o Anjo por sua benção, insistiu. Ele havia passado toda a sua vida em busca da benção de Deus. Até o dia em que a Benção Viva, veio e o encontrou.
E Jacó na sua muita persistência, prevalece, deixando Deus alegremente "derrotado". Deus é todo poderoso, invencível, mas tem um estranho prazer de se deixar vencer por seus servos, que se chegam à Ele com um coração sincero e contrito.
E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. Gênesis 32:27-28
A "vitória" de Jacó sobre o Anjo do Senhor, mostrava mais a disposição de Deus em ser vencido, do que de vencer. Deus só se deixou vencer porque lutava com um Jacó cheio de defeitos, cheio de problemas, cheio de incapacidades. Deus se deixou vencer não porque Jacó era poderoso ou capaz de fazê-lo.
Antes Deus manifestava a sua graça na vida de um homem imperfeito, cheio de imperfeições, pois na vida de Jacó a graça de Deus era tudo o que ele possuía de real valor.
Onde abundou o pecado, superabundou a graça.
E Jacó não hesitou em contar com a graça de Deus.
E Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. Gênesis 32:29
Na antiguidade, o nome de um homem não era simplesmente um nome, mas trazia a representação do seu caráter. Por isso o nome de Jacó foi mudado, agora para Israel, pois foi transformado pelo poder da graça.
Terminava ali a história de um suplantador e começava a vida do pai de uma grande nação.
E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva. Gênesis 32:30
A luta de Jacó com o anjo do Senhor ocorreu durante toda a noite. Uma linda simbologia que nos traz uma mensagem de conforto. Noite é tempo de escuridão, de dificuldade. A adversidade, a luta pode durar uma noite inteira, mas ao amanhecer virá a benção do Senhor.
Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Salmos 30:5
Estudos bíblicos!!
EDNEIDE SANTANA!!

A FUGA DE JACÓ E A VISÃO DA ESCADA,

A Fuga de Jacó e a Visão da Escada

Encontramos no livro de Gênesis, capítulo 28, uma narração muito significativa para a mensagem do evangelho de Jesus Cristo.
A história da fuga do patriarca Jacó, da cidade Betseba para Padã-Arã, traz à luz detalhes dos desígnios presentes no coração de Deus, desde o tempo antigo.
Desde lá a graça de Deus já se fazia entre os homens.
Esta história, que se passa há longínquos 3800 anos ou 1800 anos antes de Cristo, representa um lindo simbolismo da reflexão interior que o evangelho exerce no coração do homem.
Jacó e Esaú
A simplicidade da curta afirmação presente no texto do livro de aos Romanos 9:13, traz em si um contexto histórico, cultural e espiritual riquíssimo, que ajuda a entender a decisão sintomática de Jacó ao deixar a seu pai e mãe e sair em uma jornada de aproximadamente 800 km entre Betseba, que ficava no extremo sul de canaã, para a cidade de Arã que estava situada onde atualmente seria o sul da Turquia.
"Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú". Romanos 9:13
Para entendermos tal afirmação, de amor e preferência por um e aborrecimento de outro, precisamos analisar todo contexto em que ambos estavam envolvidos. Sabemos que Deus não faz acepção de pessoas, e que o aborrecimento de Deus é somente uma reação à má conduta humana.
Assim, neste contexto, Jacó e Esaú moravam com Isaque e Rebeca, seus pais, em Betseba, uma cidade que estava inserida em um pequeno deserto chamado pelo mesmo nome, deserto de Betseba, na região do deserto do Negev. Este é o mesmo deserto onde Abraão cavou um poço e onde ele e Abimeleque, rei de Gerar fizeram um pacto. Daí o significado do seu nome, "poço do juramento".
Este deserto era de um tipo chamado midbar ou arabah, onde havia uma pequena quantidade de chuva ao ano, que possibilitava vida animal e vegetal e numa certa época podia-se plantar. Entretanto, na maior parte do ano fazia-se necessário possuir habilidades para caça e muita resistência física.
O Caminho de Betseba até Arã.
Esaú Habilidoso Caçador
Esaú, em sua força física, em seu vigor natural, tornou-se habilidoso caçador. Caçar em uma região desértica exigia muita robustez física e mental. Suportar o calor do dia e o frio da noite. Vencer a solidão de imensas áreas vazias em busca do alimento. Não havia supermercados como nos nossos dias atuais. Sair e caçar, trazer o sustento pra casa era essencial para a sobrevivência da família.
Desta forma, Esaú sente-se poderoso na sua cultura. Não dependia de ninguém. Acostumado a caçar e pegar o que necessitava. Em sua força, quanto mais forte, mais incrédulo se tornava. Quanto mais habilidoso, mais desprezava a espiritualidade de um Deus invisível, intangível, intocável.
Ele passou a confiar na força do seu braço, produto do seu conhecimento. Não cria no Deus que não se podia ver. E essa incredulidade é confirmada pelo seu casamento com a mulher hetéia, adoradora de astarote, e isso foi para Isaque e Rebeca como uma "amargura de espírito". E por isso, por depositar sua confiança em si mesmo, ele foi rejeitado por Deus.
"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!" Jeremias 17:5
Jacó porém era franzino. Jacó era mais delicado. Voltado para sua mãe e para os afazeres domésticos. Não tinha a robustez e o vigor físico de seu irmão mais velho. Muito menos a sua habilidade na caça. Era considerado mais fraco, mais dependente. A figura do guerreiro valente, do caçador voraz, do conquistador por suas habilidades e conotações físicas era dominante naquela sociedade.
Se vista desta perspectiva humana, Esaú casado com uma filha dos povos daquela região, se preparava para herdar também os bens de seu pai Isaque e se tornar senhor de tudo. Jacó porém na sua fraqueza, na sua incapacidade, crê nas histórias do Deus de Abraão que já começam a fazer sentido, aliar-se a um Deus que socorre aos menos favorecidos.
Mas ele recorre ao engano e a trapaça para se favorecer. Roubando assim a benção que seu irmão havia desprezado. Seu nome toma assim uma conotação de "enganador" e ele tem que fugir da ira de Esaú.
Olhando a história de Jacó, até este ponto, nada de bonito, nada de extraordinário, nada de especial encontramos para que justificasse a afirmação de Deus "amei a Jacó e aborreci a Esaú". Em Abraão ao menos, vemos Deus se aproximando de um homem de Fé. Por isso foi chamado o pai da fé. Em Jacó no entanto, vemos fraqueza, dependência, engano e trapaça. Qual a razão então para o Deus perfeito se aproximar de um homem com tantas imperfeições?
Aí vemos que Jacó é o não-razão para que Deus dele se aproxime e ao mesmo tempo a própria razão dessa aproximação. Porque se em Abraão Deus se digna a aliança com um homem de fé e caráter, em Jacó Deus se digna à sua graça de buscar e transformar um homem ainda pecador, cheio de fraquezas e imperfeições.
Em Jacó a Graça de Deus começa a ser manifestada.
"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores". Romanos 5:8
Jacó em Betel
Em Jacó Deus começa a revelar seus planos de graça e misericórdia. Assim tendo Jacó andado cerca de 100 km, na altura de Betel, a caminho da casa de seu tio Labão, irmão de sua mãe, dorme sobre uma pedra e tem um sonho da visão de uma escada, onde os anjos desciam e subiam, do céu a terra.
Esta visão é futurística e profética. A escada que ele viu, que fazia a ligação entre a terra e o céu era um símbolo de Jesus Cristo:
"E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem". João 1:51
Jesus é a escada que faz a ligação entre o céu e a terra. Ele é o único intermediador entre Deus e os homens.
Então na sua fuga, originada pela sua fraqueza e seus erros, ou seja, na confissão da incapacidade de Jacó, Deus renova a sua aliança que havia feito com Abraão e Isaque.
Jacó em Betel, a Visão da Escada.
O Reino de Deus Habita em Vós
Jacó porém ainda não entendia as particularidades do Deus invisível. Ele vê a figuração da matéria como se fosse algo concreto e tangível. Entretanto, todas aquelas visões eram símbolos ou sombras, figuras das coisas futuras que aconteceriam ou estavam no plano espiritual.
Aí Jacó unge a pedra onde dormiu, e chama o lugar de temível, casa de Deus. Mas ele ainda não entendia que lugar temível é o próprio coração humano.
"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens". Atos 17:24
A casa de Deus é o próprio ser humano. Jacó olhava e não conseguiu discernir que o reino de Deus era ele mesmo. Ele era o próprio templo de Deus. Nós somos templos de Deus, porque Deus não habita em templos de pedras ou tijolos.
"E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentro de vós". Lucas 17:20-21
Vós sois o templo de Deus, onde o Espírito Santo habita. Desde a antiguidade o pai tem demostrado a sua compaixão pela humanidade perdida. Mesmo em suas fraquezas, confesse a Deus a sua incapacidade. Não se ache bom, perfeito.
Não espere que você melhore, não espere que você mesmo se justifique. Aceite a graça do pai. lembre-se que a graça de Deus foi derramada com amor sobre todos os homens. Esse amor é tão grande e profundo que doou-se a si mesmo, sendo esmagado na cruz, fazendo de simples pecadores, herdeiros de Deus.
ESTUDO BÍBLICO!!

EDNEIDE SANTANA!!

domingo, 19 de outubro de 2014

PORQUE DEUS CRIOU O HOMEM?



Porque Deus Criou o Homem?

A primeira parte do livro do Gênesis – Bereishit – é provavelmente a mais desafiadora e difícil de entender.

Seus versos descrevem o desenrolar da criação de um universo permeado por mistérios.

E ainda, embora a sua linguagem seja difícil, percebemos que estas palavras contém a chave para entendermos a fundação de toda a existência.

Talvez o maior mistério de todos, a pergunta que tem ocupado a mente humana e sua imaginação desde os tempos remotos, encontrada no princípio da sociedade humana, é sem dúvida o tema que abordamos neste estudo:
Qual o propósito da nossa existência? Porque Deus criou o homem?
Esse é o dilema que vem perseguindo o homem desde o dia da sua criação. E a Torá fala muito brevemente sobre esse assunto, e sua curta afirmação pode passar facilmente despercebida.
“E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” Gênesis 2:15
Esta afirmação não é tão excitante quanto poder conversar com uma serpente falante, e nem tão atraente quanto a visão do fruto proibido, ainda assim carrega o sentido de todas as ações humanas, com apenas duas simples palavras: Lavrar (trabalhar) e guardar.
O Propósito da Criação do Homem
Enquanto que o texto continua sua narrativa, mais mandamentos são acrescentados para estabelecer os parâmetros deste mandato e dar à humanidade as ferramentas para poder realizá-lo. E de fato, o próximo verso de Gênesis contém uma linguagem que pode ser considerada como um mandamento:
“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do Jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, Dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:16-17
Os subsequentes livros da Torá vão acrescentar mais e mais mandamentos, alguns para toda a humanidade, outros direcionados especificamente aos filhos de Israel, porém todos eles, de uma forma ou de outra, dizem respeito a estas duas categorias primordiais: Trabalhar e Guardar.
Considerando esta dinâmica, vemos que trabalhar implica em movimento, expansão. Já guardar implica na criação de limites e fronteiras. Estas duas ações não são mutuamente excludentes, muito pelo contrário, elas são como dois lados de uma mesma moeda, agindo juntas, são dois opostos que equilibram um ao outro.
Lavrar e Guardar - o Propósito da Nossa Criação.
Trabalhar a Terra
A ideia de trabalhar hoje em dia é talvez um tanto ligada a sacrifício, cansaço e labor. Mas não era esse o sentido da palavra que o Gênesis quer nos trazer. O texto bíblico é muito vivo em si mesmo, e por diversas ocasiões nos convida a participar da história que conta, a preencher os vazios deixados.
E esta passagem é mais uma destas, convidativa à participação direta do ser humano. Isto é notável pela forma como a Torá nos fala do término da criação de todas as coisas:
“Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados.” Gênesis 2:1
Este verso do Gênesis traz essa declaração da finalização do que poderia ser entendido como a primeira fase da criação. Sim, esta é a primeira fase, pois há uma segunda fase em que Deus constituí o homem como seu parceiro nesta obra criadora:
“Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus, E toda a planta do campo que ainda não estava na terra, e toda a erva do campo que ainda não brotava;

porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra” Gênesis 2:4-5
Aqui fica claro sobre o que o Gênesis 2:1 falava, o término da parte divina na criação. A parte final do verso 5 é a mais relevante para o nosso entendimento, pois o início daquele mesmo verso diz que “toda a planta do campo que ainda não estava na terra, e toda a erva do campo que ainda não brotava”, e aponta como um dos motivos a falta do homem, pois “não havia homem para lavrar a terra”.
E é daí por diante que entra a nossa parte, a nossa contribuição como parceiros, amigos de Deus na tarefa de cuidar da criação.
“E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” Gênesis 2:15
Nós somos convidados por Deus a expandir as obras de suas mãos. Ele nos quer como parceiros na administração de sua herança. O lavrar a terra traz a mensagem implícita de que não houve um ponto final na história da criação, ainda há muito por fazer para expandir a obra de Deus, e Ele nos confiou esta boa tarefa.
O mundo pode parecer um lugar mau, mas não era assim no princípio quando Deus o criou. O mundo será mau, se nós formos maus, se não formos bons no propósito para o qual fomos criados
Lavrar a terra indica o movimento, as ações que temos que tomar para cultivarmos o mundo e dele colhermos aquilo que o Criador desejou no princípio.
A terra já está preparada, falta somente que comecemos a trabalhar – criar relacionamentos saudáveis, formar famílias, crescer em conhecimento e na transformação de si mesmos e buscar a felicidade, o amor ao próximo, a caridade e todas as boas obras que Deus deixou para que andássemos por elas.
“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.” João 4:35
Guardar a Terra
E tudo isso sem esquecermos de guardar a terra, respeitar os limites, as fronteiras criadas por Deus. Guardar é observar a mensagem moral de Sua lei. A lei moral de Deus é o nosso parâmetro. Quando desenvolvemos a nossa vida em amor, expandimos a criação, a parte que o Criador deixou para que fizéssemos, lavramos a terra.
E quando observamos os mandamentos divinos nos colocamos em posição de guardar a criação. Enquanto que a desobediência a Deus é a causa do mal e da morte, a guarda de seus mandamentos nos conduz à vida e à felicidade.
Assim nos tornamos aptos a colher os frutos bons, principalmente os frutos do Espírito, alcançamos o propósito para o qual fomos criados, andar pelas boas obras, que de antemão foram preparadas para nós.
“Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” Gálatas 6:8-9
EDNEIDE SANTANA!!

A HISTORIA DE MARIA MADALENA ( RESUMO)

A história de Maria Madalena na Bíblia Maria Madalena, como era chamada, foi uma discípula e seguidora de Jesus . Ela foi cura...