I. A
DEFINIÇÃO DO PECADO
Pecado do
hebraico hattah; do grego harmartia e do latim peccatum.
O pecado é um mal moral; é violência, corrupção. Errar ou desviar-se do caminho
de retidão e honra, fazer ou andar no erro. Pecado significa “errar o alvo”,
como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo
final da vida. É também “errar o caminho” como um viajante que sai do caminho
certo. Pecado é uma falta de integridade e retidão, uma saída da vereda
designada. É uma revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legítima, uma
transgressão da lei divina. O pecado é uma fuga ímpia e culposa da lei de Deus;
é também culpa, infidelidade, falsidade, engano, dívida,
desordem, iniquidade, queda, obstinação, desobediência, falta,
derrota, impiedade, erro, morte; pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina
em pensamento ou em ação etc. (Gn 6.11; Êx 20.1-17; Sl 1.1; 12.2; 24.4; 37.38;
41.6; 51.13; 58.3; Pv 1.22; 19.5, 9; Is 14.13,14; 53.12; Ez 7.23; Mt 6.2; 7.26;
Jo 8.44; Rm 1.18; 2ª Tm 2.16; Hb 2.1-3; 3.13; 1ª Jo 3.4).
O pecado
nos separa de Deus. O pecado nos tira do meio em que devemos viver. O pecado
converte luz em trevas, a alegria em tristeza, o céu e no inferno, a vida: em
morte. Pecado é violar a lei moral de Deus. O pecado é o maior e o mais
terrível inimigo da alma humana. Ele destrói as promessas, mata as esperanças,
dá-nos serpentes em vez de peixes, pedra em lugar de pão, tormento em lugar de
prazer. O pecado sempre destrói e nunca edifica; promete, mas nunca cumpre a
promessa. Como dizem as Escrituras: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
O autor da epístola aos Hebreus nos exorta a estarmos sempre vigilantes sobre
“o pecado que tão de perto nos rodeia” (Hb 12.1). Existe o pecado por comissão
(Tg 1.15) e o pecado por omissão (Tg 4.17).
II. O
PECADO ORIGINOU-SE NO MUNDO ANGÉLICO
Para se
conhecer a origem do pecado, devemos retomar a queda do homem descrita em Gn 3;
e olhar atentamente algo que aconteceu no mundo dos anjos. O Senhor Deus criou
um número enorme de anjos e todos estes eram bons (Gn 1.31). Porém, Lúcifer e
legiões deles rebelaram contra Deus, pelo que caíram em condenação. A época
exata dessa queda não é indicada na Bíblia, mas em Jo 8.44, o Senhor Jesus fala
do diabo como assassino desde o princípio. O apóstolo João, na sua primeira
epístola diz que “o diabo peca desde o princípio” (1ª Jo 3.8). Muito pouco se
diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Mas, quando da exortação de
Paulo a Timóteo, a que nenhum neófito fosse designado bispo, “para que não se
ensoberbeça e caia na condenação do diabo” (1ª Tm 3.6-AEC).
Atualmente
há milhões de pessoas que ousam negar a existência do Diabo. A bíblia porém
ensina que ele é real; é um ser pessoal e maligno (Ap 12.10; 1ª Pe 5.8; Is
27.1; Ap 20.2; 2ª Co 4.4).
Podemos
concluir com toda convicção, que foi o pecado do orgulho (soberba), de desejar
ser como Deus em poder e autoridade (Is 14.12-15).
III. O HOMEM FOI CRIADO UM SER SANTO
O homem
foi criado com um caráter moral e foi lhe dado a capacidade de se tornar santo
ou ímpio. O homem foi criado um ser livre e racional. Ele era justo e não
injusto, santo, mas não pecador. Ele tinha simplesmente a capacidade de
continuar santo ou desobedecer a ordem divina e tornar um pecador. Sendo dotado
com razão e livre arbítrio, seu caráter dependia do uso que ele faria daqueles
dotes. Se agir certo, ele era justo, mas se agir errado se tornaria injusto. O
homem, quando foi criado era certamente inocente de erro. A Bíblia diz
em Eclesiastes 7.29: “Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em
muitas astúcias”.
Deus
criou o homem “reto” (yaschar), que quer dizer: moralmente bom, e
possuindo a capacidade de escolher e seguir o que é justo e reto.
Adão era
um ser reto e possui vida espiritual reta, isto é, era nascido do alto. Deus
soprou o fôlego de vida nele que envolveu com vida espiritual. A Bíblia diz que
no dia em que ele pecou morreu espiritualmente (Gn 2.15-17). Ao desobedecer a
Deus deixou de desfrutar de união espiritual com Deus. E para que ele morresse
espiritualmente, era necessário que possuísse vida espiritual, que seu espírito
fosse ligado a Deus.
Durante o
período indeterminado no qual Adão viveu antes da queda, ele cumpriu a vontade
de Deus. Por isso ele estava envolvido espiritualmente com Deus (Gn 2.15). Adão
recebia conselho e direção de Deus (Gn 3.8). Mas uma proibição foi imposta a
ele: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia
em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Na realidade isto foi numa
proporção extremamente inferior a todas as graciosas instruções que vieram de
Deus.
Os
resultados seriam: ou o favor continuo de Deus, por motivo da sua obediência;
ou a imposição da penalidade da morte por motivo de sua desobediência.
Adão
estava no começo do caminho, e não possuía os privilégios mais altos que Deus
tinha para ele. Eles nunca haviam confrontado uma situação ética onde estava
clara a necessidade de escolher entre o bem e o mal. Ele ainda não estava acima
da possibilidade de escolher entre o bem e o mal. Foi lhe dado um teste
exterior e visível que podia determinar se estava disposto a obedecer a Deus em
tudo. Ele podia crescer em santidade, maturidade e ter o gozo dessa vida.
A
penalidade infligida a ele se transgredisse o mandamento positivo de Deus
mostra que ele podia experimentar a morte física, espiritual e eterna –
separação da sua fonte de vida, Deus, e a resultante miséria e tristeza. Mas
por outro lado, Adão só podia desfrutar da vida espiritual com Deus, se
continuasse na obediência a Sua palavra.
IV. A NATUREZA DO PECADO
1. O pecado separa o
homem de Deus.
O pecado
tira o homem do meio em que deve viver. O pecado converte luz em trevas, a
alegria em tristeza, a vida em morte. O pecado é o maior e mais terrível
inimigo do homem. Ele destrói as promessas, mata as esperanças, dá serpentes ao
invés de peixes, pedra em lugar de pão, tormento em lugar de prazer. O pecado
sempre destrói e nunca edifica; promete e jamais cumpre a promessa. Como dizem
as Escrituras: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
O autor
da epístola aos Hebreus exorta à vigilância sobre “o pecado que tão de perto
nos rodeia” (Hb 12.1). Existe o pecado deliberado (Tg 1.15) e o pecado por
omissão (Tg 4.17).
Infelizmente
existem seitas que induzem a prática da imoralidade dizendo que: “a
prostituição purifica a alma e o espírito”. Pecar significa transgredir, ferir
a lei moral imposta por Deus, ferir a santidade do Criador.
2.
Satanás é quem seduz o homem a pecar.
Satanás é
quem seduz o homem ao pecado. Ele é o agente da tentação (Gn 3.1-6).
Teologicamente o pecado pode atingir estas três dimensões humanas: corpo, alma
e o espírito. Adão ao pecar corrompeu as três partes do homem.
A
experiência somente confirma o testemunho das Escrituras: “Porque tudo que há
no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, não procede do Pai, mas procede do mundo” (1ª João 2.16).
1. Nos apetites malignos da carne - a
concupiscência da carne.
2. No materialismo avarento e transitório - a
concupiscência dos olhos.
3. No orgulho da vida sem Deus - a soberba da vida.
Concupiscência
da carne: Qualquer pecado da carne; desejo da carne: paixões carnais,
imoralidades, glutonaria, bebedice, materialismo manifesto pelos prazeres
extravagantes, pelos sentimentos, pelo endeusamento das gratificações mundanas
e perversas (Gl 5.19-21).
Concupiscência
dos olhos: Cobiça, avidez, ambição desenfreada por riquezas, desejo incontido
por aquilo que vê, convicto que ficará plenamente satisfeito quando tiver o
objeto da sua avareza, sendo isso um engano.
Soberba
da vida: Arrogância de viver, orgulho, jactância, insolência, presunção; o
homem que pensa e fala muito de si mesmo e seus bens e benefícios, suas
riquezas, seus feitos, sendo estes quase sempre falatórios e exageros seus; um
petulante convencido e vaidoso.
Analisamos
o texto de Gênesis 3.6, veremos os danos que o pecado causou no ser humano.
“Vendo a
mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore
desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao
marido, e ele comeu”.
1. No Corpo: “... a concupiscência da
carne...”. “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer...”.
2. Na alma: “... a concupiscência dos
olhos...”. “... agradável aos olhos...”.
3. No espírito: “... e a soberba da vida...”.
“... e árvore desejável para dar entendimento...”.
O Filho de Deus quando estava nesta Terra também foi tentado foi tentado pelo
diabo. Tentando no ESPÍRITO, ALMA, E CORPO, mas venceu o pecado e o tentador.
Compare a tentação de Jesus:
Lc
4.1-13
1ª Jo 2.16
Pedras em
pães
“Cobiça da carne”.
Reinos da
terra
“Concupiscência dos olhos”.
Pináculo do
templo
“Orgulho da vida”.
A causa
da alta média de fracassos dentre os líderes cristãos é que estes pensam ser
imunes ao pecado. Todo líder sábio que não exercitar o autocontrole poderá cair
numa armadilha. Estes são, sem dúvida, alguns dos pecados que tão de perto
envolvem os ministros do Senhor (Hb 12.1).
De acordo
com 1ª João 2.15, a falta de amor para com Deus abre espaço para que se
desenvolva amor pelo mundo, que deixa o crente especialmente vulneráveis a
áreas de ataque do inimigo. Se caminhar com fé e firmeza na Palavra, não
sentirá inseguro, conseguirá evitar as armadilhas do pecado sexual, da cobiça,
e do orgulho. Estas três áreas de pecados acontecem quando há insegurança,
falta de fé e confiança no Senhor.
3. O homem é tentado
pela cobiça.
“Ninguém,
ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado
pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”. Ao contrário, cada um é tentado pela sua
própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. “Então, a cobiça, depois de
haver concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a
morte” (Tg 1.13-15).
Na queda
do homem Satanás usou a sedução. A sedução é sempre querida e determinada por
um inimigo que deseja o mal. Eva declara ter seduzida pela sombria serpente (Gn
3.13; 1ª Tm 2.14). Nesse sentido, a sedução possui a intenção de desviar alguém
da obediência devida a Deus (Dt 13.6; Ef 5.6).
Influenciado
por ela, o homem pode enganar-se a si mesmo (Jr 17.9) e deixar seduzir põe seu
próprio coração, pelo amor ao dinheiro, pela cobiça, pelo orgulho e por outros
males grosseiros (Mt 13.22; Hb 3.13; Tg 1.26; 1ª Jo 1.8). A sedução deve ser
relacionada com a cobiça, por ocasião do tropeço, com o escândalo: destino de
tudo isso é a “queda”; o “mal” daquele que assim avisa.
As três
áreas de queda de qualquer cristão são: o amor pelo sexo oposto (imoralidade
sexual), o amor pelo dinheiro (o desejo de se tornar rico), e o amor por
posições e proeminência (orgulho).
A. Amor
pelo dinheiro.
No grego
clássico Pleonexia Pleonexia, significa “uma ganância arrogante”, e o espírito
que procura tirar proveito do seu próximo. O verbo correspondente, pleonektein,
significa “defraudar” ou “burlar”, é um pecado que o N.T., condena sem
poupá-lo, repetidas vezes. A palavra ocorre em Mc 7.22; Lc 12.15; Rm 1.29; 2ª
Co 9.5; Ef 4.19; 5.3; Cl 3.5; lª Ts 2.5; 2ª Pe 2.3, 14. A “tradução regular da
ARC é” “Avareza”. Uma vez, em Ef 4.19, a ARC a traduz por “avidez”. A ARA
mantém “avareza” na maioria das passagens, mas traduz por “avidez” em Ef 4.19,
“cobiça” em Ef 5.3, e “intuito ganancioso” em lª Ts 2.5. Tem “cobiça” em Lc
12.15, mas sua tradução regular é “concupiscência”, que usa em sete das
passagens. Uma vez, em lª Ts 2.5, usa “egoísmo”. A BV traduz Mc 7.22: “desejo
de possuir o que pertence aos outros”.
Políbío,
o historiador grego, tem um uso sugestivo da palavra. Pleonexia está
ligada com conduta “totalmente desavergonhada”, com “ambição que se excede”,
com “violência”, com “injustiça”, com “cupidez” pela qual o homem nos seus
melhores momentos sentirá tristeza, com a “capacidade” de um oficial desonesto
que está resoluto no sentido de despojar o distrito sobre o qual tem
autoridade.
Os
moralistas latinos o definem como amor sceleratus habendi, “o maldito
amor de possuir”. Teodoreto, o comentarista primitivo, descreve-a assim: “sempre
visando obter mais, procurando apanhar as coisas que não são apropriadas ao
homem possui”. Cícero definiu avaritia, que é o equivalente latino, como
injuriosa appetitio alienorum, “o desejo ilícito pelas coisas que
pertencem aos outros”.
Em Lc
12.15 é o pecado do homem que avalia a vida em termos materiais, que pensa que
o valor da vida acha-se no número de coisas que o homem possui, o homem cujo
único desejo é obter e que nunca sequer pensa em dar.
Em Cl 3.5
é identificada com a idolatria. Pleonexia é a adoração aos objetos em
lugar de Deus. Uma moeda é um objeto pequeno, mas se for colocada diante do
olho cobrirá a vastidão do sol. Quando um homem tem pleonexia no seu
coração, ele perde Deus de vista num desejo louco de obter.
Os
moralistas latinos o definem como amor sceleratus habendi, “o maldito
amor de possuir”. Teodoreto, o comentarista primitivo, descreve-a assim:
“sempre visando obter mais, procurando apanhar as coisas que não são
apropriadas ao homem possui”. Cícero definiu avaritia, que é o
equivalente latino, como injuriosa appetitio alienorum, “o desejo
ilícito pelas coisas que pertencem aos outros”.
Em Lc
12.15 é o pecado do homem que avalia a vida em termos materiais, que pensa que
o valor da vida acha-se no número de coisas que o homem possui, o homem cujo
único desejo é obter e que nunca sequer pensa em dar.
Em Cl 3.5
é identificada com a idolatria. Pleonexia é a adoração aos objetos em
lugar de Deus. Uma moeda é um objeto pequeno, mas se for colocada diante do
olho cobrirá a vastidão do sol. Quando um homem tem pleonexia no seu
coração, ele perde Deus de vista num desejo louco de obter.
B. O amor
por posições e proeminência.
Em lª Ts
2.5 e em 2ª Pe 2.3 descreve o pecado do homem que usa sua posição por vantagem
própria, para aproveitar-se das pessoas a quem deve servir, o homem que vê seus
vizinhos como criaturas a serem explodidas e não como filhos de Deus que devem
ser servidos.
Pleonexia é o pecado do homem que deu
livre vazão ao desejo de ter o que não deve, que pensa que seus desejos,
apetites e concupiscências sãos as coisas mais importantes do mundo, que vê
outras pessoas como objetos a serem explorados, e que não tem outro deus senão
ele próprio e os seus desejos.
Estes pecados entristecem e afastam o Espírito Santo do ser humano. Onde há
concupiscência e soberba no coração, não há lugar para o amor do Pai. O homem
terá de escolher um ou outro. A mensagem de João é: se alguém ama o mundo, o
amor do pai não está nele (Jo 2.15).
C. O
Orgulho: A
essência do pecado.
Sintomas
do orgulho. Os sutis sintomas do orgulho são bem fáceis de perceber, eis alguns
exemplos:
Sou mais importante: Achar
que certas pessoas, ou tarefas estão abaixo da sua dignidade, ou pensar que
você é o mais importante que os outros porque você tem uma posição de
liderança.
Quero ser servido: Aceitar uma
honra especial como líder e ser servido pelos outros, ao invés de dedicar-se a
servi-los.
Sou melhor: Paulo exorta
conta o “considerarmo-nos mais importante do que deveríamos” (Rm 12.3). O
orgulho começa a nos dominar quando se consideramos mais importante do que
devíamos.
Deus odeia o orgulho porque ele é
a essência do pecado. Satanás caiu por causa do orgulho (Ez 28.17).
“Ouvistes que foi dito: Não
adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com
intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5.27-28).
Adulterar para o judeu,
observando-se a letra de Êx 20.14, seria deitar com a mulher do próximo. Mas no
tempo da graça, é isto e ainda mais. Se apenas tiver um pensamento impuro é
adultério, embora não se pratique o ato (Mc 7.22; Rm 1.29; Ef 4.19; 5.3; 2ª Pe
2.14).
Aqui está à própria
essência da palavra. A essência não é o pecado sexual. A essência é o desejo de
ter aquilo que é proibido, o desejo de tomar aquilo que não se deve tomar, o
não refrear os apetites e desejos contrários às leis de Deus e dos homens.
E. O que
levou o rei Davi pecar no seu palácio?
No livro de 2º Samuel a Bíblia
relata o pecado de Davi dizendo: “E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se
levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do
terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à
vista. E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não
é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? Então, enviou Davi
mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já
ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. E a
mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pesada estou”. (2º
Sam 11.1-5).
O que levou Davi ao pecado foi: A
concupiscência dos olhos, a ociosidade e a concupiscência da carne. Davi era o
rei de Israel, era casado, mas quando olhou para a beleza da mulher, não se
preocupou em saber como era sua vida se era casada ou não e sim em satisfazer o
desejo de seus olhos e de sua carne; e fez com que ela viesse á sua presença e
deitou-se com ela, e cometeu adultério.
O pecado
de Adão e Eva; de Davi e do próprio Lúcifer e muitos outros que a Bíblia
relata, são pecados da concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida.
4. O pecado é um tipo específico de mal.
Nos dias atuais fala-se muito do
mal, e relativamente lemos e ouvimos muito pouco a respeito do pecado; esta é
uma verdade enganosa. Apesar de todo o pecado ser um mal, nem tudo o que
consideramos mal é pecado. Não se deve confundir o pecado com o mal físico que
produz prejuízos e calamidades. Existem muitas coisas neste mundo que os homens
consideram um mal e que não é pecado. Os ciclones, furacões, as enchentes, os
terremotos, as nevasca, secas, etc., são males, mas nenhum deles é pecado. Da
mesma maneira, dizemos de animais selvagens, lunáticos perigosos, crianças
malvadas, sem querer dizer que são pecadores (Jo 9.1-3). Nossa definição limita
o pecado à criatura racional. Como o homem é uma criatura racional, ele sabe
que quando faz o que não deveria fazer, ou é o que não deveria ser, é culpado
de pecado. O pecado não é uma calamidade que sobreveio inesperadamente ao
homem, que envenenou sua vida e arruinou sua felicidade; mas é uma direção que
o homem decidiu seguir deliberadamente e que leva consigo miséria
inacreditável. Essencialmente, o pecado, não é uma coisa como uma fraqueza, um
defeito ou uma imperfeição pela qual não podemos ser responsabilizados, mas é
uma verdadeira oposição a Deus. É uma verdadeira transgressão da lei de Deus,
constituindo culpa. O pecado é o resultado de uma escolha livre, porém má, do
homem. Este ensino é claramente exposto nas Sagradas Escrituras (Gn 3.1-24; Is
48.1-8; Rm 1.16-32).
Nós nos
tornamos culpados quando pecamos conscientemente, quando sabemos que certo ato
é pecado e ainda assim o praticamos. A Bíblia afirma categoricamente que todos
os homens optam pelo pecado (Is 53.6), quando todos decidem fazer o mesmo que
Adão fez (Mt 7.13-14). Todos nós, logo que atingimos a idade do discernimento,
pecamos voluntariamente. Em outras palavras, nós endossamos o pecado de Adão,
pecando. Tornamos-nos voluntariamente transgressores da lei, e conseqüentemente
nos achamos sob condenação. Ninguém é condenado pelo pecado de Adão. Isso não
seria justo, e Deus não pode ser acusado de injustiça. Ser tentado não é
pecado, mas quando cedemos à tentação é que nos tornamos transgressores
voluntariamente, e nos colocamos sob condenação. Nós mesmos somos responsáveis
pelos nossos pecados e não podemos culpar a ninguém mais. Alguns chegam ao
ponto de dizer que nós somos pecadores porque pecamos, mas eu acho que nós
pecamos porque cedemos ao pecado.
5. O pecado sempre é dirigido contra Deus.
Não se
pode ter uma correta concepção do pecado sem vê-lo em relação com a vontade e a
pessoa de Deus. Compreendendo assim, o pecado pode ser interpretado como “falta
de conformidade com os preceitos de Deus”. Esta é, sem dúvida, uma correta
definição formal do pecado. A grande e central exigência da lei é o amor a
Deus. E se, a santidade consiste em amar a Deus, o mal moral, isto é, o pecado
consiste no oposto. Pecado é a separação de Deus, a oposição a Deus, o ódio a
Deus, e isto se manifesta em constante transgressão da lei de Deus, em
pensamentos, palavras e atos. A Bíblia vê o pecado em relação a Deus e sua lei
(Rm 1.32; 2.12-14; Tg 2.9; 1ª Jo 3.1).
6. O pecado e essencialmente egoísmo.
A Bíblia
Sagrada ensina que a essência da santidade é amar a Deus; o oposto se consiste
em que a essência do pecado é amar ao próprio ego. Adão primeiro se inclinou
para seu próprio ego, ao invés de obedecer a Deus. O que queremos dizer, é um
amor próprio exagerado, que coloca os interesses próprios acima dos interesses
de Deus. O egoísmo é a essência do pecado, isto é evidenciado pelo fato de que
todas as formas de pecado podem ser traçadas até o egoísmo, que é sua fonte.
Assim, os apetites naturais do homem, sua sensualidade, ambições e paixões
egoístas brotam de seu ego. O Senhor Jesus ensinou o verdadeiro altruísmo: “Não
procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou” (Jo
5.30-ARA). Paulo disse que Cristo “morreu por todos, para que os que vivem não
vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2ª Co
5.15-ARC). A Bíblia ensina que nos últimos dias os homens seriam “egoístas” (2ª
Tm 3.2-ARA). Quando o egoísmo é considerado como uma preferência indevida de nossos
interesses aos interesses de Deus, temos no egoísmo à essência do pecado.
Esse
juízo teológico implica uma experiência e uma compreensão prévia geral de
diversos aspectos do pecado. No capítulo primeiro aos romanos, Paulo pressupõe
a desordem humana como experiência antropológica fundamental. O discurso
paulino supõe, pois, como óbvio, que todos conhecem a diferença entre o que
deve ser e o que é. Paulo esclarece esse ponto, acrescentando dois fenômenos
especial impressionantes: apresenta a consciência como o lugar onde se detectam
as falhas da conduta humana; onde a acusação subseqüente a falta (“eu não
devia”) e a reação de defesa (“não posso ser acusado disso…”) (Rm 2.15). Ao
lado dessa experiência interna, ele coloca a experiência interpessoal, segundo
a qual o homem usa imagens hostis para si, exaltando a si mesmo e rebaixando os
demais. Isso ocorre, por exemplo, quando se mede o outro a partir de uma forma,
que recusa aplicar a si mesmo (Rm 2.17-24).
Estudo bìblico
EDNEIDE SANTANA!!